quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Face Negra








No colégio João Antônio a professora Anne chega atrasada em sua aula do primeiro tempo no noturno.
Os alunos da sala 07 estão preparados para lhe entregar seus trabalhos de casa para que corrija e lhes entregue antes do fim da aula.
Nesta sala muitos alunos são bons em redação, mas nenhum se iguala ao jovem Anderson. Muitos dizem que ele sente paixão pela professora, era algo que parecia muito claro.
Ao ler sua redação a professora se encanta com a convicção de seu protagonista. Anderson tem o dom de criar personalidades muito admiráveis, romanticas.
Ao terminar de corrigir as redações a professora devolve aos alunos. 
No fim de sua aula ela se dirige ao garoto e pede para que deixasse ela levar sua redação para casa, ela iria postar no seu blog de talentos redatores não profissionais. 
O garoto responde gentilmente que sim, e pede que ela aceite como um presente.
Anne chega em casa cansada, toma um banho e vai para a cama, mas antes de durmir, resolve reler a redação do garoto. 
Enquanto relê, lhe vem a suspeita de que aquela redação tinha a intenção de encantá-la. Como se fosse uma estratégia: fazer com que ela se encante com a personalidade de seu protagonista, isso facilita que se encante com a personalidade do autor.
Realmente a estrátegia estava funcionando, mas a professora entende que não deve se envolver com um aluno por questões de ética.
No outro dia ela posta a redação, mas evita fazer muitos elogios.
Ao chegar na escola a professora procura ser o mais profissional possivel. O garoto vem lhe perguntar sobre a postagem, e ela responde que postou e algumas pessoas gostaram, deixaram comentários elogiando, mas que ela ainda não tinha arrumado um tempo para fazer suas críticas. 
O garoto sorri não muito satisfeito e segue para seu lugar novamente. A professora nota a decepção na expressão do garoto, e conclui que suas suspeitas estavam certas.
Alguns dias depois a aluna Patrícia vem lhe mostrar uma carta anonima que havia recebido de um admirador. Patrícia queria que a professora desse algum palpite sobre quem poderia ser, pois ela conhecia muito bem o estilo de escrever de cada aluno.
A professora analiza logo suspeita de Anderson, mas diz que é melhor esperar por mais, que provavelmente virão, ainda não seria possivel saber com certeza quem escreveu.
Depois da aula , no caminho para casa a professora reflete sobre isso e se sente aliviada pelo fato do garoto não estar afim dela como ela havia imaginado.
Mais alguns dias se passam e Patricia recebe mais uma carta anônima, e mostra a professora, Anne não tem de quem suspeitar alem do Anderson.
A amiga de Patricia, Brenda, também não suspeita de outra pessoa, mas acha a "brincadeira" muito infantil. Ela e seu namorado, Lucas, eram os melhores amigos da Patricia. Lucas não via problema nenhum nisso, embora ele não gostasse do Anderson.
Alguns dias se passam, Patricia recebe as cartas com freqüência, e mostra todas à professora. Porem as cartas começam a mudar, a professora demora a notar, aquele romantismo todo começa a se tranformar em nostalgia.
Enfim quando a professora percebe, interpreta que as cartas se tratavam de uma pessoa carente que estava tentando chamar atenção de uma pessoa especifica de forma indireta.
A professora então se espanta, pois o garoto realmente devia estar afim dela.
Mais alguns dias se passam e Patricia recebe mais uma carta, e leva até a professora, dessa vez Brenda se dirige a professora e dá a sugestão de falar sobre isso na sala, pois tinha muito tempo que o admirador enviava as cartas mas ele não tinha se revelado. 
A professora concorda e toma a atitude de falar sobre isso na sala, ela diz palavras encorajadoras, para que o tal admirador secreto se sinta seguro para se revelar.
Dois dias de aula se passam e ninguem se manifesta com relação ao assunto. Na sexta-feira o ultimo tempo será vago, e os alunos serão liberados, a professora Anne tem aula no ante-penultimo tempo, que vem antes do intervalo, após o intervalo será aula prática de Ed. Fisica. Anderson não compareceu neste dia. Ao soar o sinal do fim da aula, após todos os alunos se retirarem a professora vê que ao sair com os amigos, Patrícia esquece um papel sob a mesa, a professora pega e o lê.
É mais uma carta do Admirador, que marcava um encontro, num lugar isolado na escola, uma quadra poliesportiva nos fundos, Anne segue até a sala dos professores lendo a carta, chega toma um café tranquilamente e continua lendo, mas nota algo estranho.
O encontro estava marcado no soar do fim do intervalo, e havia um certo verso que pudesse ser interpretado como tédio, anseio, mas não era bem isso. O verso era a seguinte citação de Cruz e Souza: 
        "Sangue coalhado, congelado, frio,
         Espasmado nas veias...
         Pesadelo sinistro de algum rio
         De sinistras sereias..."
Porem  havia o seguinte complemento
         "Observado com frialdade
         E serena face, sombria
         A ausencia da alma
         Que naquele instante se fazia"
Aquilo soou um tanto psicopata, e perigoso. E a professora termina de ler justamente quando o sinal anuncia o fim do intervalo.
A professora não pensa duas vezes antes de sair correndo em direção ao local marcado. 
E chegando a professora se depara com uma tragica cena: 
A garota estava caida na quadra, com um punhal engastado no peito, e ainda agonizando, apontou para o outro lado da quadra. A professora olha e lá estava sobre o muro, com uma enorme capa negra capus e uma mascara de pano que cobre todo o rosto, olhando para elas. A professora fica alguns segundos paralizada até o individuo saltar para fora sumindo de sua vista. A professora chora apavorada, corre para avisar todos, chamar o socorro e a polícia, mas a garota já está morta. 
No fim de semana quase todos da escola vão velar pelo corpo da garota. Mas uma ausencia muito polemica foi notada, a de Anderson. Na segunda-feira as aulas seguem com o consentimento de todos, porem ainda abalados. 
E mais uma vez Anderson se ausenta. Muitos já o julgam, uns dizem que ele deve ter fugido. 
Assim na terça, e na quarta, mas na quinta-feira o rapaz aparece, sob olhares inpiedosos ele caminha pelo corredor em direção a sua sala, mas é surpreendido por Brenda que o ataca gritando e chorando, o chamando de assassino. Lucas a segura pedindo pra que ela se acalmasse e que a policia iria resolver tudo.
Anderson se sobressai com certa frieza, mas todos ali já o odiavam. E a cada oportunidade que Brenda tinha lançava ataques indiretos.
É sexta-feira e fazem sete dias desde a morte da Patricia. A professora Anne tem uma aula programada para a sala de internet, ao fim da aula os alunos saem para o intervalo.
Brenda esquece seu email aberto e a professora Anne vai até o computador que foi usado por ela para fechar, mas se depara com uma mensagem aberta do Lucas. Lucas havia se ausentado nessa aula. Na mensagem ele marcava um encontro com Brenda no local do crime que havia sido isolado para a investigação. Lucas dizia que  havia encontrado provas concretas de que foi Anderson que cometeu o homicidio, e queria mostrar a ela antes de procurarem a policia. O encontro mais uma vez foi marcado no ao soar do fim do intervalo.
A professora Anne corre ao local mais uma vez, e quando está na metade do caminho o sinal anuncia. Ao chegar no local a professora se depara com mais uma cena trágica, mas essa realmente a surpreende, o corpo no chão é do Anderson, com um punhal no peito, ele estava sentado atras da Brenda na aula e havia visto o email, agonizando o rapaz tenta dizer que nunca faria mal a ninguem e que estava tentando ajudar a policia a descobrir quem era o assassino. Enquanto a professora chora ajoelhada diante seu "leito de morte" repara a sombra ao seu lado, quando olha tem a mesma reação da primeira vez, aliestava o assassino, com sua longa capa negra e uma mascara de lã que cobre todo o rosto. O assassino está com mais um punhal, e certamente matará Anne. Mas antes disso o assassino quer mostrar seu rosto e tira a mascara, o que surpreende mais ainda, pois o rosto por baixo de todo o tecido negro é o de Brenda. 
A professora pergunta angustiada e apavorada o porque. 
Brenda responde com ar paranoico que sempre amou Anderson, mas ele nunca olhou para ela, porque estava sempre olhando "professorinha". Ela já tinha se contentado em ficar com Lucas, mas a incomodava que ele sofresse o mesmo que ela, de não ser correspondido. Ela queria acabar com esse sofrimento de ambos, matando a professora, na primeira morte a professora deveria ver e sentir a agustia de não ter correspondido ao garoto antes, pois assim teria evitado qua a jovem Patricia morresse. A segunda deveria ser da professora, mas Anderson apareceu primeiro e ela o atacou por engano. Mas a professora não iria escapar, Brenda a amaldiçoou para carregar essa angustia eternamente pela morte do Anderson. Brenda está tomada de muito ódio, e a professora chora desesperadamente com a cabeça do rapaz no colo. Mas para mais uma surpresa o garoto ao morrer deixa o celular cair no chão, em ligação. Com o detetive encarregado do caso. 
Com o susto de ver o celular cair no chão Brenda tambem é surpreendida com um tiro no ombro quando levanta o braço para matar Anne, os policiais já haviam chegado. 
Brenda cai no chão mas ainda não larga o punhal. Cheia de vertigem ainda reage e crava o punhal no peito da professora. Os policiais agora um pouco mais perto disparam mais dois tiros, mas esses são letais.
A professora cai sobre o corpo do garoto, chorando sem forças, e pede desculpas...  O socorro chega a tempo de salvá-la, mas Anderson já está morto.
Algumas semanas depois, ao se recuperar a professora resolve parar de dar aulas, não tinha mais condições psicológicas. 
E resolve escrever livros sobre um demônio totalmente coberto por tecido negro chamado "ILJEMYTRO a Mão do Inferno", pois desde os acontecidos, todas as noites Anne tinha pesadelos. Talvez pela maldição de Brenda.

1 comentários:

Brenda disse...

Sergio to sem palavras cada vez mais me impresiono com seus posts e esse como todos os outros me encantei.

 

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